As terras separam
as águas do rio.
Dois novos rios
se formam à direita
e à esquerda das terras.
Duas águas
que nunca mais
vão se encontrar.
Sérgio Q Medeiros
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
terça-feira, 27 de novembro de 2012
BusTV
É tempo de gêmeos
ver a realidade
amplamente.
Frutas e vegetais
dão à pele
um belo bronzeado.
Nos Estados Unidos
alguém esfaqueou alguém.
Carro enguiça
na pista central
da Avenida Brasil.
Nem a chuva
atrapalha
o ensaio para o carnaval.
(Salto e sigo
como um pedestre
bem informado.)
Sérgio Q Medeiros
ver a realidade
amplamente.
Frutas e vegetais
dão à pele
um belo bronzeado.
Nos Estados Unidos
alguém esfaqueou alguém.
Carro enguiça
na pista central
da Avenida Brasil.
Nem a chuva
atrapalha
o ensaio para o carnaval.
(Salto e sigo
como um pedestre
bem informado.)
Sérgio Q Medeiros
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Luta vã
Embora escreva
não há versos no papel.
Há apenas palavras
que não se dão as mãos.
Tento aproximá-las
mas esta parece
ser uma luta vã.
Deixo então que durmam,
quem sabe um sono puro
as transforme em irmãs.
Sérgio Q Medeiros
não há versos no papel.
Há apenas palavras
que não se dão as mãos.
Tento aproximá-las
mas esta parece
ser uma luta vã.
Deixo então que durmam,
quem sabe um sono puro
as transforme em irmãs.
Sérgio Q Medeiros
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Um resquício de alegria
A cerveja traz
um resquício de alegria.
Bebo o meu copo
até esvaziar,
até trazer pra mim
toda a alegria da cerveja.
Outros álcoois
talvez contenham
maior alegria...
Não preciso de alegria
para uma vida inteira,
preciso apenas até amanhã.
Uma cerveja traz
um pouco de alegria
e adormece
as sentinelas do sono.
Engarrafada nesta cerveja
está a próxima manhã.
Sérgio Q Medeiros
um resquício de alegria.
Bebo o meu copo
até esvaziar,
até trazer pra mim
toda a alegria da cerveja.
Outros álcoois
talvez contenham
maior alegria...
Não preciso de alegria
para uma vida inteira,
preciso apenas até amanhã.
Uma cerveja traz
um pouco de alegria
e adormece
as sentinelas do sono.
Engarrafada nesta cerveja
está a próxima manhã.
Sérgio Q Medeiros
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Entrega
Minha tia
tinha problema
pra dormir.
O sono
trazia-lhe o medo
de não acordar.
- Não queira
ser velho e doente,
ela dizia.
Um dia,
sem muito custo,
foi deitar cedo.
Parecia
cansada da luta
e resolveu se entregar.
Sérgio Q Medeiros
tinha problema
pra dormir.
O sono
trazia-lhe o medo
de não acordar.
- Não queira
ser velho e doente,
ela dizia.
Um dia,
sem muito custo,
foi deitar cedo.
Parecia
cansada da luta
e resolveu se entregar.
Sérgio Q Medeiros
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Concreto novo
A felicidade mora
em um prédio de concreto novo,
e não é mais uma dama esquiva.
Hoje manda distribuir convites,
a cada trezentos metros,
pedindo para visitá-la
em um ambiente decorado.
Quem empreende tal visita
encontra a felicidade tomando chá
e comentando distraidamente:
- Aqui é um espaço seguro.
Da janela do sexto andar
avisto as nuvens de um dia frio,
nuvens da cor de concreto novo.
Sérgio Q. Medeiros
em um prédio de concreto novo,
e não é mais uma dama esquiva.
Hoje manda distribuir convites,
a cada trezentos metros,
pedindo para visitá-la
em um ambiente decorado.
Quem empreende tal visita
encontra a felicidade tomando chá
e comentando distraidamente:
- Aqui é um espaço seguro.
Da janela do sexto andar
avisto as nuvens de um dia frio,
nuvens da cor de concreto novo.
Sérgio Q. Medeiros
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Poema humilde
Eu ensaio um poema humilde,
que respeita as linhas
que já se escreveram.
Eu ensaio um poema onde
cada palavra não deve
dizer nada além do que
é possível escrever.
Eu ensaio um poema
que escuta seus irmãos.
Um poema humilde sabe
que todas as palavras
foram ditas um dia
em outras poesias.
Sozinho na estrada
caminha um poema humilde.
Tão belo é seu caminhar
que eu mando versos
para lhe acompanhar.
Sérgio Q Medeiros
que respeita as linhas
que já se escreveram.
Eu ensaio um poema onde
cada palavra não deve
dizer nada além do que
é possível escrever.
Eu ensaio um poema
que escuta seus irmãos.
Um poema humilde sabe
que todas as palavras
foram ditas um dia
em outras poesias.
Sozinho na estrada
caminha um poema humilde.
Tão belo é seu caminhar
que eu mando versos
para lhe acompanhar.
Sérgio Q Medeiros
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Visita a estranhos
Sigo para rever
desconhecidos.
Me junto a estranhos
e conversamos
sobre fotos amarelas
que carregam nossos nomes.
Algumas fotos, dizem,
já deixaram
de contar novas histórias.
As que restaram
como teimam em lembrar
álbuns de antigamente.
Uma nova foto
exige que nos aproximemos
para um bom enquadramento.
Quando retorno,
sinto saudade
de estar junto
a esses estranhos.
Sérgio Q Medeiros
desconhecidos.
Me junto a estranhos
e conversamos
sobre fotos amarelas
que carregam nossos nomes.
Algumas fotos, dizem,
já deixaram
de contar novas histórias.
As que restaram
como teimam em lembrar
álbuns de antigamente.
Uma nova foto
exige que nos aproximemos
para um bom enquadramento.
Quando retorno,
sinto saudade
de estar junto
a esses estranhos.
Sérgio Q Medeiros
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Herança
A velha Tetê
passa o dia na rede.
Quando está em casa,
a filha escuta
a tosse da velha
atrapalhar a TV.
Agora são só uns meses
para a velha
ir pra casa do irmão.
Serão dois anos
de novela sem tosse.
Será o tempo
de armar a rede da velha
na casa do irmão.
Sérgio Q Medeiros
passa o dia na rede.
Quando está em casa,
a filha escuta
a tosse da velha
atrapalhar a TV.
Agora são só uns meses
para a velha
ir pra casa do irmão.
Serão dois anos
de novela sem tosse.
Será o tempo
de armar a rede da velha
na casa do irmão.
Sérgio Q Medeiros
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Poesia
Muitos homens
nunca lerão um poema.
São homens
que bebem café,
tomam banho de rio,
tem filhos e um cachorro.
Poucos homens
conhecerão meus versos.
E o que direi a esses homens
nos meus versos?
Que também bebo café?
Que tenho saudade de casa?
Que há noites em que fico sem dormir?
Quem sabe ao invés de poemas,
talvez melhor seja
telefonar a cada um desses homens.
Há algo na poesia
que não se pode contar?
Aguardo respostas
para ajudar a rimar.
Sérgio Q Medeiros
nunca lerão um poema.
São homens
que bebem café,
tomam banho de rio,
tem filhos e um cachorro.
Poucos homens
conhecerão meus versos.
E o que direi a esses homens
nos meus versos?
Que também bebo café?
Que tenho saudade de casa?
Que há noites em que fico sem dormir?
Quem sabe ao invés de poemas,
talvez melhor seja
telefonar a cada um desses homens.
Há algo na poesia
que não se pode contar?
Aguardo respostas
para ajudar a rimar.
Sérgio Q Medeiros
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Incertezas
Guardo comigo
a triste certeza
de que pouco vou mudar.
É inútil ler livros,
ver filmes, ter filhos
ou me apaixonar de novo.
É inútil outra cerveja,
outra ida ao trabalho,
outra vida tão ligeira.
É inútil qualquer certeza.
Sérgio Q Medeiros
a triste certeza
de que pouco vou mudar.
É inútil ler livros,
ver filmes, ter filhos
ou me apaixonar de novo.
É inútil outra cerveja,
outra ida ao trabalho,
outra vida tão ligeira.
É inútil qualquer certeza.
Sérgio Q Medeiros
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Lançamento
Na próxima terça-feira (26/06), a partir das 18h, será
o lançamento de Poemas para ler na chuva, no espaço
da editora Multifoco, na Av. Mem de Sá, 126, na Lapa:
www.editoramultifoco.com.br/espaco-livraria.php
Enquanto não chega o dia, gostaria de compartilhar com vocês
o texto gentilmente escrito por Ana Beatriz para a orelha do livro:
“Poemas para ler na chuva” é o segundo livro de Sérgio Medeiros e assim como “Um Lugar Azul” traz ao público o universo particular da poética do autor. Nesse universo figuram pequenas narrativas de homens comuns, homens divididos entre o peso e a leveza (insustentável) de suas memórias, homens com saudade de casa.
Cada poema acontece como uma cidade (do) interior, com sua singular e delicada tessitura de tempo. Um tempo de praças, bailes, missas de domingo e namoro no portão. No entanto, não se trata de uma geografia afastada das grandes metrópoles. Trata-se de uma geografia interior dos habitantes de uma capital qualquer, tentando lidar com o tédio, a solidão e os destinos previsíveis de novela.
A chuva, paisagem constante dos versos deste livro, aparece como o tempo que irrompe o fluxo programado da grande cidade. Um pequeno milagre que faz e desfaz romances “quase eternos” sob a marquise, que traz a lembrança de uma terra natal, que revela saudades e fantasmas na sacada. A chuva é o contra-fluxo, motor de uma antiga clepsidra, medindo um tempo íntimo.
É desse processo de encantar-se e desencantar-se, na fronteira de duas ou muitas cidades, que se constrói “Poemas para ler na chuva”. Uma coleção de refúgios e abrigos para épocas de pressa.
Ana Beatriz Rangel
o lançamento de Poemas para ler na chuva, no espaço
da editora Multifoco, na Av. Mem de Sá, 126, na Lapa:
www.editoramultifoco.com.br/espaco-livraria.php
Enquanto não chega o dia, gostaria de compartilhar com vocês
o texto gentilmente escrito por Ana Beatriz para a orelha do livro:
“Poemas para ler na chuva” é o segundo livro de Sérgio Medeiros e assim como “Um Lugar Azul” traz ao público o universo particular da poética do autor. Nesse universo figuram pequenas narrativas de homens comuns, homens divididos entre o peso e a leveza (insustentável) de suas memórias, homens com saudade de casa.
Cada poema acontece como uma cidade (do) interior, com sua singular e delicada tessitura de tempo. Um tempo de praças, bailes, missas de domingo e namoro no portão. No entanto, não se trata de uma geografia afastada das grandes metrópoles. Trata-se de uma geografia interior dos habitantes de uma capital qualquer, tentando lidar com o tédio, a solidão e os destinos previsíveis de novela.
A chuva, paisagem constante dos versos deste livro, aparece como o tempo que irrompe o fluxo programado da grande cidade. Um pequeno milagre que faz e desfaz romances “quase eternos” sob a marquise, que traz a lembrança de uma terra natal, que revela saudades e fantasmas na sacada. A chuva é o contra-fluxo, motor de uma antiga clepsidra, medindo um tempo íntimo.
É desse processo de encantar-se e desencantar-se, na fronteira de duas ou muitas cidades, que se constrói “Poemas para ler na chuva”. Uma coleção de refúgios e abrigos para épocas de pressa.
Ana Beatriz Rangel
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Poemas para ler na chuva
Gostaria de convidar a todos para o lançamento de um livro chuvoso.
O lançamento será dia 26 de junho, das 18h às 21h, no espaço da editora Multifoco, na Av. Mem de Sá, 126, Lapa, Rio de Janeiro:
www.editoramultifoco.com.br/espaco-livraria.php
terça-feira, 8 de maio de 2012
Batata-doce e jerimum
Seu Cícero plantava
na vazante do meu avô.
Isso faz muitos anos.
Depois meu avô
vendeu a propriedade
e seu Cícero a deixou.
Mesmo sem plantar nas terras
seu Cícero manteve a amizade
até a morte do meu avô
e quando o visitava trazia
batata-doce e jerimum.
Seu Cícero gostava de cachaça,
mas meu avô não bebia
e dificilmente tinha
cachaça para oferecer.
Seu Cícero não se importava
e oferecia batata-doce e jerimum
como se tivessem sido
plantados há muitos anos
nas terras do meu avô.
Sérgio Q Medeiros
na vazante do meu avô.
Isso faz muitos anos.
Depois meu avô
vendeu a propriedade
e seu Cícero a deixou.
Mesmo sem plantar nas terras
seu Cícero manteve a amizade
até a morte do meu avô
e quando o visitava trazia
batata-doce e jerimum.
Seu Cícero gostava de cachaça,
mas meu avô não bebia
e dificilmente tinha
cachaça para oferecer.
Seu Cícero não se importava
e oferecia batata-doce e jerimum
como se tivessem sido
plantados há muitos anos
nas terras do meu avô.
Sérgio Q Medeiros
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vazante
terça-feira, 24 de abril de 2012
Preciso escrever versos
Como tirar poemas do peito?
Preciso extrair versos
enquanto o peito ainda bate.
Não há notícias de máquinas
que recuperam rimas
de um coração morto.
Preciso escrever versos!
São tantas palpitações perdidas
em um dia sem versos,
e cada palpitação
me aproxima do fim.
Preciso escrever versos,
preciso expurgar os poemas do peito.
Sérgio Q Medeiros
Preciso extrair versos
enquanto o peito ainda bate.
Não há notícias de máquinas
que recuperam rimas
de um coração morto.
Preciso escrever versos!
São tantas palpitações perdidas
em um dia sem versos,
e cada palpitação
me aproxima do fim.
Preciso escrever versos,
preciso expurgar os poemas do peito.
Sérgio Q Medeiros
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Viagem de avião
O aeroporto é frio
e o preço do café
está nas nuvens.
A moça da companhia aérea
veste um bonito uniforme,
pena que deixou o gato
desfiar a meia calça.
Os passageiros formam
duas filas para embarcar:
à esquerda todos os que roem as unhas
e à direita os que tem medo de avião.
A aeromoça
cochila durante o voo
(espero que o piloto
tenha dormido bem).
O comandante
anuncia que em breve
sua filha vai casar.
Todos os passageiros
entre as fileiras quinze e vinte e dois
cumprimentam o comandante.
Após alguns avisos
sobre o traje apropriado
para o casamento
pousamos em um destino.
Desembarco e levo
os meus pertences
para o próximo avião.
Sérgio Q Medeiros
e o preço do café
está nas nuvens.
A moça da companhia aérea
veste um bonito uniforme,
pena que deixou o gato
desfiar a meia calça.
Os passageiros formam
duas filas para embarcar:
à esquerda todos os que roem as unhas
e à direita os que tem medo de avião.
A aeromoça
cochila durante o voo
(espero que o piloto
tenha dormido bem).
O comandante
anuncia que em breve
sua filha vai casar.
Todos os passageiros
entre as fileiras quinze e vinte e dois
cumprimentam o comandante.
Após alguns avisos
sobre o traje apropriado
para o casamento
pousamos em um destino.
Desembarco e levo
os meus pertences
para o próximo avião.
Sérgio Q Medeiros
quarta-feira, 21 de março de 2012
Ritmo dissoluto
Me enfeito
quando é carnaval.
Vou a bailes,
conheço máscaras
e pouco durmo.
Toco bocas
tão ansiosas
quanto a minha.
Muito pouco
tenho guardado
dessas bocas.
Nesses dias,
minha mulher
fica com um jeito
triste nos olhos,
mas permanece comigo.
Joana compreende
que o carnaval
logo passará.
Sérgio Q Medeiros
quando é carnaval.
Vou a bailes,
conheço máscaras
e pouco durmo.
Toco bocas
tão ansiosas
quanto a minha.
Muito pouco
tenho guardado
dessas bocas.
Nesses dias,
minha mulher
fica com um jeito
triste nos olhos,
mas permanece comigo.
Joana compreende
que o carnaval
logo passará.
Sérgio Q Medeiros
quarta-feira, 7 de março de 2012
Casulo
Escrevo palavras
para me esconder.
Procuro abrigo
nos meus versos.
Construo um casulo
com as mais belas letras
e nele dorme agora
uma triste borboleta.
Sérgio Q Medeiros
para me esconder.
Procuro abrigo
nos meus versos.
Construo um casulo
com as mais belas letras
e nele dorme agora
uma triste borboleta.
Sérgio Q Medeiros
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Sobre livros e seus marcadores
Na estante há tantos livros
marcados melancolicamente
na página quarenta e sete.
Tantos livros inacabados
parecem indicar um homem ansioso,
que amiúde se enfeita de planos
e um pouco os realiza.
Quem sabe esse homem ansioso
encontre os livros apenas em dias chuvosos
e por conta da escassa chuva
os marcadores se movam tão pouco.
Mas enquanto há chuva
escuta-se o farfalhar das páginas
e o homem ansioso imagina
que está a folhear a si mesmo.
Sérgio Q Medeiros
marcados melancolicamente
na página quarenta e sete.
Tantos livros inacabados
parecem indicar um homem ansioso,
que amiúde se enfeita de planos
e um pouco os realiza.
Quem sabe esse homem ansioso
encontre os livros apenas em dias chuvosos
e por conta da escassa chuva
os marcadores se movam tão pouco.
Mas enquanto há chuva
escuta-se o farfalhar das páginas
e o homem ansioso imagina
que está a folhear a si mesmo.
Sérgio Q Medeiros
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Feliz ano novo
Agarro
substantivos abstratos
para de mãos dadas
rompermos o ano novo.
Com eles
fabrico frases
em um futuro
mais que perfeito.
Recrudesce
a minha fé.
Proponho um brinde
à mais alva manhã
e esvazio a taça
certo de que ela
nunca chegará.
Sérgio Q Medeiros
substantivos abstratos
para de mãos dadas
rompermos o ano novo.
Com eles
fabrico frases
em um futuro
mais que perfeito.
Recrudesce
a minha fé.
Proponho um brinde
à mais alva manhã
e esvazio a taça
certo de que ela
nunca chegará.
Sérgio Q Medeiros
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