segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Pintando você de azul

Pintando você de azul

Foi de azul que te colori
em toda tarde que te vi.

E de azul também te pintei
naqueles dias chuvosos,
em que fugíamos da chuva
com passos precipitados.

Mas o amor,
não seguia apressado.

O amor,
andava a passos lentos,
da mesma cor
de um passeio de mãos dadas.

Tão bom
que nem se lembrava
aonde queria chegar.

Sérgio Medeiros

Lançamento do livro em Natal

Não foi só no Rio de Janeiro que houve lançamento do livro.
Em meados de dezembro passado Um Lugar Azul também foi lançado em Natal.

Segue, com algum atraso, um link para as fotos:

http://picasaweb.google.com.br/sqmedeiros/LancamentoUmLugarAzulNaPotyLivrosEmNatal#

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Cores para se colorir

As coisas possuem cores que
nem sempre imaginamos.


De tanto colorir

De tanto
colorir o mar
em encartes de desenho
ele quis virar marinheiro.

O mar,
que pintava sempre de azul,
ele viu que podia ser,
às vezes, verde também.

Tivesse descoberto isso
nos seus anos de escola
quantos lápis azuis
não teria ele poupado...

Mas e o que seria
da sua amiga Ritinha,
que sempre pintava de verde
os sapos das suas princesas?

Sérgio Medeiros

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Mais um dia na estrada

Mais um dia na estrada,
oito meses sem te ver.

Páro num bar pra comer
e ouvir as notícias do rádio.

A cerveja é barata
e as putas também.

Entre um gole e outro
eu tento lembrar você.

Mas é tanta bunda, tanto puta
e eu tão fraco pra bebida...

Fico logo achando que mereço
ter um pouco de mulher.

Tento me segurar,
mas tanta bunda, tanta puta,
oito meses sem você,
e é inútil resistir.

Agora é tocar a vida
e pensar que você já vem.

Deixo até escapar uns dentes
de homem satisfeito.

Será que uma putinha dessas,
de vez em quando, não faz bem?

Sérgio Medeiros

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A breve história de um passarinho

É sempre difícil começar algo, como também
é difícil não se repetir.
Estou falando de poesia, mas acho que vale
para um novo ano também.

O passarinho e a moça sem jeito

Um pequeno pássaro
estava caído na calçada.

Tão pequeno que era,
não sabia ainda voar.

A moça solteira
foi até o passarinho
fazer um carinho sem jeito.

O passarinho, coitado,
não sabia voar,
deu pequenos passos
para se afastar.

A moça, sem jeito,
deu passos maiores
e alcançou o passarinho.

O passarinho fez então
o seu primeiro, curto, vôo:
da calçada, para o asfalto.

Breve, passa um carro.
As penas colam-se ao chão escuro,
agora também um pouco rubro.

Sérgio Medeiros