sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Na companhia da solidão

Comigo a solidão

Nesse momento,
eu manteria
comigo e em mim
essa larga solidão.

Ela não me deixa triste,
não me faz voar,
não me faz dormir.

É tão grande.
É tão inútil.
Explica-se por si mesma.

Não a almejo nem a evito,
apenas com ela permaneço.

Ela é grande e me enche.
Quiçá, me completa.
Olho-a, como um amigo,
desconfiado de sua simpatia.

Amanhã, talvez,
nos daremos os braços,
ganharemos dinheiro, ternura e leite.
Amanhã...

Sérgio Medeiros

2 comentários:

Filipe disse...

O teu lirismo consegue ser ao mesmo tempo seco e delicado. Coisa rara!
Parabéns, poeta!

Sérgio Medeiros disse...

Muito obrigado! É sempre uma honra ter a sua presença por aqui :-)