Comigo a solidão
Nesse momento,
eu manteria
comigo e em mim
essa larga solidão.
Ela não me deixa triste,
não me faz voar,
não me faz dormir.
É tão grande.
É tão inútil.
Explica-se por si mesma.
Não a almejo nem a evito,
apenas com ela permaneço.
Ela é grande e me enche.
Quiçá, me completa.
Olho-a, como um amigo,
desconfiado de sua simpatia.
Amanhã, talvez,
nos daremos os braços,
ganharemos dinheiro, ternura e leite.
Amanhã...
Sérgio Medeiros
2 comentários:
O teu lirismo consegue ser ao mesmo tempo seco e delicado. Coisa rara!
Parabéns, poeta!
Muito obrigado! É sempre uma honra ter a sua presença por aqui :-)
Postar um comentário