domingo, 30 de novembro de 2008

Fim

Pelas minhas lembranças, esse foi o meu segundo poema.
É um pouco melancólico (como a maioria).
Eu sempre fico matutando sobre o final da poesia: "para se extinguir."
No fim, acho que soa um pouco estranho mesmo, caso contrário eu não ficaria
pensando a respeito.


Fim

No dia dos seus anos
Lá estava ele
Alinhado na sala
Diante de todos

Seu filho na cadeira vazia
Sua mulher por aí
A família distribuída
pelos espaços em branco.

E sua vida em cima do bolo
Diante de si
Queimando lentamente
Sem pressa de acabar

Tentando se prolongar
Quem sabe até chegar alguém
Que possa fazê-lo existir
Hoje talvez não seja
Um bom dia para se extinguir.

Sérgio Medeiros

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