A maioria das minhas poesias, cabe muito bem em uma página de caderno. Fazer algo com mais de 1 página é quase impensável para mim. Esta é a poesia que rendeu mais linhas, deu mais de 1 página até no computador!!!
Noite de Vendas
A menina
morena e pobre
sai à noite
junto com a mãe.
Andando pelas calçadas
por onde anda gente bonita,
elas tentam timidamente
vender alguma coisa.
Mas, pobres mulheres,
sua mercadoria
não desperta
interesse
na gente bonita,
produzida, que passa.
Entre negativas,
a mãe matuta um pouco...
E recebe da brisa,
além de um
possível resfriado,
um pouco de ternura.
Sua filha,
que brilho ela tinha...
E nunca que
havia reparado.
E tão frágil ali,
talvez já com sono,
e tão tímida
para conseguir vender algo.
Quantos mimos
podia ela oferecer
àquele serzinho
moreno?
A mulher não
contém os soluços,
não contém as lembranças,
nem os seus olhos
contêm as lágrimas,
que começam a
cair agora,
como uma
chuva grossa,
de pingos gordos.
Segue um abraço,
que a filha,
não entende.
A noite continua,
e a caça às moedas
também.
Sérgio
domingo, 29 de março de 2009
domingo, 22 de março de 2009
Sorvete
Pavê é meu sabor de sorvete preferido.
Para Não Gostar de Você
Para não gostar de você,
mudei as cores da parede
e os sabores de sorvete.
Depois, troquei os passos
que costumava andar aos sábados.
Fugi para o horizonte,
que parecia ser bem longe,
sem os seus livros na estante.
Dei voltas no mesmo lugar,
não dormi e fui pro bar.
É assim que tenho feito
para não gostar de você.
Sérgio Medeiros
Para Não Gostar de Você
Para não gostar de você,
mudei as cores da parede
e os sabores de sorvete.
Depois, troquei os passos
que costumava andar aos sábados.
Fugi para o horizonte,
que parecia ser bem longe,
sem os seus livros na estante.
Dei voltas no mesmo lugar,
não dormi e fui pro bar.
É assim que tenho feito
para não gostar de você.
Sérgio Medeiros
quinta-feira, 12 de março de 2009
Às vezes é difícil
Ah, tem tanta poesia promissora que morre no começo do segundo verso.
Difícil Poesia
Às vezes,
como é difícil
fazer poesia.
De tantas palavras
nenhuma parece boa,
de tantas frases,
nenhuma parece um verso.
De tantas histórias,
alguma lembra poesia,
mas ninguém parece
saber contá-la.
Sérgio Medeiros
Difícil Poesia
Às vezes,
como é difícil
fazer poesia.
De tantas palavras
nenhuma parece boa,
de tantas frases,
nenhuma parece um verso.
De tantas histórias,
alguma lembra poesia,
mas ninguém parece
saber contá-la.
Sérgio Medeiros
quinta-feira, 5 de março de 2009
O Guarda
Quando eu passo e olho os guardas da rua, quase sempre eles estão com um ar de monotonia (se é à noite eles estão dormindo :-)), sentados na cadeira, esperando alguma coisa acontecer. Em uma rua calma, o guarda só espera o tempo passar.
Para aquele guarda
Para aquele guarda
que toma conta da rua,
o tempo passa
como alguém que quer ficar.
As casas,
quase todas de muro alto,
não permitem adivinhar
o que se passa ali dentro,
onde a vida, pensa o guarda,
deve ser tão boa.
Afinal, pensar,
mesmo que em nada,
é o que mais se faz,
além de olhar a rua mansa.
Um carro passa
e arrasta consigo
um pouco da monotonia.
Nosso guarda se espreguiça
e mira o relógio
com um fingido interesse,
sem prestar atenção nos ponteiros.
O que ele deseja
não tem hora pra acontecer.
Mas o guarda,
espera e torce:
ah, se Rosa aparecesse…
Sérgio Medeiros
Para aquele guarda
Para aquele guarda
que toma conta da rua,
o tempo passa
como alguém que quer ficar.
As casas,
quase todas de muro alto,
não permitem adivinhar
o que se passa ali dentro,
onde a vida, pensa o guarda,
deve ser tão boa.
Afinal, pensar,
mesmo que em nada,
é o que mais se faz,
além de olhar a rua mansa.
Um carro passa
e arrasta consigo
um pouco da monotonia.
Nosso guarda se espreguiça
e mira o relógio
com um fingido interesse,
sem prestar atenção nos ponteiros.
O que ele deseja
não tem hora pra acontecer.
Mas o guarda,
espera e torce:
ah, se Rosa aparecesse…
Sérgio Medeiros
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