segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Baú

De Mossoró
até Pau dos Ferros
eram três horas de ônibus,
com parada em Apodi.

A família cabia
em quatro cadeiras.

Uma para meu pai,
outra pra minha mãe,
e duas para mim
e minhas irmãs.

Em Pau dos Ferros
tocavam sucessos
de anos atrás.

O tempo parecia
chegar atrasado ali.

A cidade,
com suas casas de fachada antiga
e seus homens de chapéu,
era um pequeno livro empoeirado.

Daí, acho,
vem o meu gosto
de visitar sebos.

Sérgio Q Medeiros

4 comentários:

Unknown disse...

Longas viagens de ônibus, sebos, antigos sucessos, tempo gasto por espaço percorrido, Medeiros, figuras de linguagem, pequenas cidades... Ah se a trilha sonora fosse Royal Cinema e o destino o Seridó!

Sérgio Medeiros disse...

Suzany, não conhecia Royal Cinema, mas o google já me ensinou bastante coisa sobre a valsa e Tonheca Dantas :-)
O meu Medeiros também é do Seridó.

Unknown disse...

Em Baú pensei nas casas geminadas de cidades pequenas do Seridó Potiguar. Em famílias que rumam às suas origens para ouvir as notas da Royal de Tonheca das flautas, saxofones, tubas e clarinetas das filarmônicas, depois das ladainhas das novenas das tradicionais festas de padroeiros.
Pensei que pudesse ser eu indo pro meu SerTão Seridoense.
Gosto de ler esse Medeiros.

Sérgio Medeiros disse...

Você montou um cenário bonito, Suzany :-)
Fico contente em saber que gostou do blog. Ele está mais parado do que o normal nos últimos meses, mas vez por outra aparece uma poesia nova.