quarta-feira, 29 de junho de 2011

Cotidiano

Os dias
se repetem
e os ponteiros
marcam sempre
o mesmo lugar.

Em casa,
às sete,
tomo banho,
bebo café,
calço os sapatos
e vou pro trabalho.

No trabalho,
às dez
espero onze,
às onze
espero doze,
e às doze
saio pro almoço.

Volto ao trabalho
e espero a hora
de ir pra casa.

À noite,
em casa,
eu leio livros
que falam de outros lugares
mas não explicam
como chegar lá.

Deito quando os ponteiros
estão quase juntos,
e durmo sem vontade
de acordar.

Sérgio Q Medeiros

3 comentários:

Raquel Medeiros disse...

Bonito! Beijo, Raquel

Edu Lazaro disse...

legal essa, eu ja a tinha lido, mas é bom reler...

Beatriz disse...

nas coisas habituais, a poesia se esconde e se des-cobre.