O jornal
fala de guerras
e do fim da novela.
Os homens,
em terras distantes,
parece que estão sempre
a lutar por algo.
Pobres soldados
que vão perder
o final da novela.
Não sabem que Paula
está saindo com Carlos Roberto
e que Juca é o vilão da história.
Talvez a mulher
do primeiro sargento,
atenta a cada capítulo,
escreva-lhe uma carta
contando o desfecho da trama.
Uma carta sem destinatário...
Surpreenderam o primeiro sargento
no mesmo dia em que Carlos Roberto
foi ao cinema com Paula.
Sérgio Q Medeiros
terça-feira, 31 de maio de 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Bailarina
Uma velha prostituta
dança sozinha na rua
enquanto uma banda
repassa o som.
No meio da dança,
ela relembra a mãe
e as aulas de balé
que teve na infância.
A mãe,
que a queria bailarina,
nunca mais a viu
depois que saiu de casa.
Foi quando a filha
passou a oferecer a carne
e a sentir entre as coxas
uns tantos homens vulgares.
Agora, dança
entre risos e censuras.
A velha dama rodopia
e ri uns poucos dentes
ao lembrar da mãe,
que a queria bailarina.
Sérgio Q Medeiros
dança sozinha na rua
enquanto uma banda
repassa o som.
No meio da dança,
ela relembra a mãe
e as aulas de balé
que teve na infância.
A mãe,
que a queria bailarina,
nunca mais a viu
depois que saiu de casa.
Foi quando a filha
passou a oferecer a carne
e a sentir entre as coxas
uns tantos homens vulgares.
Agora, dança
entre risos e censuras.
A velha dama rodopia
e ri uns poucos dentes
ao lembrar da mãe,
que a queria bailarina.
Sérgio Q Medeiros
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Uruguai-612
No céu
passa um cometa,
que não posso alcançar.
Preciso
de pássaros selvagens,
que me levem a voar.
Planetas
cheios de rosas
são bons para passear.
Mas para o meu asteróide,
pequenino,
sempre quero regressar.
Sérgio Q Medeiros
passa um cometa,
que não posso alcançar.
Preciso
de pássaros selvagens,
que me levem a voar.
Planetas
cheios de rosas
são bons para passear.
Mas para o meu asteróide,
pequenino,
sempre quero regressar.
Sérgio Q Medeiros
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Sem surpresas
Um antigo companheiro
pendurou uma corda no pescoço
e foi viver em um outro jardim.
Era um companheiro
de copo, de trabalho
e de passados carnavais.
E todos sabem
que todo carnaval
tem seu fim.
Pra que aguardar as cinzas
se a corda
está ao alcance da mão?
Então, sem surpresas,
o meu amigo partiu
para um outro jardim.
Sérgio Queiroz de Medeiros
pendurou uma corda no pescoço
e foi viver em um outro jardim.
Era um companheiro
de copo, de trabalho
e de passados carnavais.
E todos sabem
que todo carnaval
tem seu fim.
Pra que aguardar as cinzas
se a corda
está ao alcance da mão?
Então, sem surpresas,
o meu amigo partiu
para um outro jardim.
Sérgio Queiroz de Medeiros
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